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Morte aos Psicólogos!
Morte aos Psicólogos! * Eduardo Mesquita Esse é o novo milênio, um momento histórico, e o momento apropriado para essa limpeza étnica ? profissional, posto que existem duas espécies assemelhadas no mercado de trabalho: os psicólogos e os que trabalham com psicologia. Aos primeiros, faço meu convite para dançar no tiroteio; aos segundos, pouco tempo ainda lhes resta ao término desta carta bomba!! Carta que vem para instituir o terror na acomodação e na falta de coragem de colegas de categoria (sim, eu sou psicólogo!) que ainda se escondem na ilusão de que a psicologia é uma profissão. Isso é estupidez, psicologia não é só isso, psicologia é muito mais, é uma crença, uma forma de vida, ou como disse o nobre senhor; ?é a peste!? Ver como uma mera escolha de carreira, um ganha pão, ou um emprego apenas, é uma forma reducionista e tacanha de tentar se livrar de nossas responsabilidades com a comunidade. Nós somos psicólogos! Psicólogos são os melhores candidatos a revolucionários, devido a esse abandono consciente da ignorância, e não há escolha para quem mergulha nessa viagem sem volta que é a psicologia. Renunciar a esse papel subversivo é ser covarde, resumir-se a um empregado, funcionário ou coisa semelhante é negar a conquista de cada um, a conquista de ver o mundo como ele é e de poder intuir como ele deve ser. Vivemos nessa fronteira do real com o ideal, dançando na beira de um abismo chuvoso, com montes de lágrimas nos olhos por temermos não sermos capazes de mudar o mundo, o que é a nossa verdadeira missão. Parece idílico ou utópico, mas essa é nossa missão terrorista, mudar o mundo para melhor, acompanhar as pessoas que começam a ver que o mundo pode, deve e vai ser um lugar bom. Não podemos guiar as pessoas, não podemos ensinar as pessoas, o que podemos é estar presentes e fazer tudo que conseguirmos para que estas mesmas pessoas vejam o próprio poder. As pessoas têm poder, nós não temos nenhum, nós temos a melancolia de ver que realmente nossa tarefa é árdua (ainda que saborosa!), nós temos os olhares tristes de quem sabe a verdade, por isso nos tornamos diferentes aos olhos da comunidade normal, por isso chamamos a atenção e despertamos medo; as pessoas vêem em nossos olhos o próprio poder, e ao se saberem poderosas ? assustam-se. Psicólogos possuem a responsabilidade de eliminar o ?domínio? nas relações, seja entre pessoas ou entre grupos, e através dessa eliminação facilitar o surgimento de relações baseadas na verdade, no afeto, na honestidade e no desejo sincero de crescimento. Psicólogos são punks, questionam o sistema, pregam a anarquia onde cada um seja regente máximo de suas sensações e seus caminhos, acreditam no "do it yourself" que em três toscos acordes passa sua mensagem de convicção, esperança e mudança. E exatamente por isso que psicólogos devem ser extintos, e são os únicos responsáveis pela sua própria destruição, pois ao tornar o mundo um lugar melhor, sua existência básica torna-se questionável, quase desnecessária. Esse impulso suicida, auto destruidor é a nossa forma de mostrar nosso amor pela humanidade, porque quando se ama, deixa-se livre. O amor é libertador, o amor deixa solto, não teme o fim, pois a permanência junto é uma escolha madura, consciente, e mesmo que a distância se interfira, ainda assim continuam os amantes juntos. Já a paixão é doença, pois obriga o contato constante, obriga a saudade dolorida, nos faz dizer que ?sem ele/ela eu não vivo? quando todos sabemos isso não ser verdade. Nós psicólogos amamos a humanidade, pois fazemos o possível para que vivam sem nossa presença, mostramos que a responsabilidade pelo sucesso ou fracasso é particular e individual, e assim nos tornamos dispensáveis, desnecessários. O amado é sempre desnecessário, o apaixonado é um vício. Que todos aqueles que ainda acreditam ser esta uma profissão, percebam que sua responsabilidade é muito maior, a nós cabe a maior das revoluções: a revolução do bem viver, das relações verdadeiras, dos amores vividos e vívidos, somos então subversivos da alma, pois a ela queremos dar liberdade. A todos aqueles que se sabem revolucionários, subversivos, anarquistas, foras da lei, minhas saudações!! A todos que se sentem proscritos, inadequados, tortos, minhas saudações!! Que nossas taças possam ser erguidas no dia que a humanidade se perceber sadia ou permanecer doente por opção e não por ignorância. Que o futuro seja o lugar dos que tem gana, dos psicólogos que ousaram abandonar a mediocridade do funcionário que reclama do trabalho sem tentar mudá-lo, dos que deletaram a pequenez do empregado que diz que ?sempre foi assim e nunca vai mudar? e só consegue empregar seu discurso insatisfeito e ranzinza em mesas de bar ou cantos sujos de salas de espera. Ao futuro todos aqueles que abraçam a coragem que não resmunga, mas luta pela mudança, e que mesmo tendo dificuldades, vibra a cada pequena mudança conseguida, pois sabe que pequenas coisas podem se tornar definitivas marcas. A vocês, bandidos e bandoleiros que vão fazer história, que serão lembrados pelo seu destemor, desprendimento e fúria, a vocês o meu sonho, meus melhores sorrisos e meu braço firme ao seu lado nas trincheiras, a guerra é longa, mas nossa vontade é eterna!! *Eduardo Mesquita é psicólogo e jornalista. Site: www.ogritodoinimigo.com ...


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